segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O HOMEM FORTE DO BRASIL É MULHER

Hoje ao raiar de um novo dia, a história do Brasil ganha um novo marco: antes e depois da eleição presidencial em que o povo elegeu uma mulher como chefe do Poder Executivo.
Uma quebra de paradigma, uma nova forma de compreender o papel da mulher na sociedade brasileira e, dada a importância econômica do país no atual contexto internacional, no mundo.
Esse reconhecimento da capacidade e qualificação da mulher é premente em nossa sociedade para que possa se adaptar à realidade que bate à porta sem levantar bandeiras acerca de gênero e urge a necessidade de medidas políticas de inclusão e respeito à mulher tomando-se por base o Princípio Constitucional da isonomia.
Desde muito, no Brasil, a mulher vem lutando para conquistar espaços antes só ocupados por homens tanto no mercado de trabalho como na vida política do país, e tem demonstrado sua competência e capacidade nas mais diversas áreas de atuação: policiais, médicas, militares, engenheiras, administradoras de empresas, executivas, levando-se em conta ainda sua inclusão no mercado de trabalho em atividades antes tidas como eminentemente masculinas: são brasileiras em plataformas de petróleo, em grupo de salvamento do corpo de bombeiros, capitãs de quartéis da polícia militar, mecânicas, mestres de obras etc. ainda assim, o censo 2010 aponta para desigualdades no tocante a oportunidades de ofertas de empregos e salários, ainda assim a mulher vem constantemente sofrendo agressões físicas e psicológicas.
O IBGE - Censo 2010 se depara com a realidade da família brasileira onde um grande número de famílias são chefiadas por mulheres.
A despeito disso e da Lei 11.340/2006 - Lei Maria da Penha, ainda são alarmantes os números de registros nas Delegacias Policiais sobre violência contra a mulher, bem como os índices de mulheres mortas em violência doméstica, o que significa que, a despeito do avanço dos direitos políticos e civis das mulheres no Brasil muito ainda necessita ser feito para a elevação da condição da mulher em nosso país.
Os efeitos danosos do preconceito de gênero representam um grave defeito na base de nossa vida nacional.
Os benefícios para a mulher jazem inquietantemente sobre imutáveis suposições herdadas, mais geralmente não examinadas. Muito há para ser feito. A conquista da total igualdade exige um novo entendimento sobre quem somos, qual é nosso propósito na vida, e como nós nos relacionamos uns com os outros - um entendimento que irá nos compelir a remodelar nossas vidas e por meio disso nossa sociedade.
Em nenhum outro tempo, desde o início do movimento pelos direitos da mulher no Brasil, a focalização desse assunto se fez tão urgente e vital. Estamos no limiar de um novo século e de um novo milênio. Seus desafios já estão sobre nós, influenciando nossas famílias, nossos estilos de vida, nossa nação, nosso mundo.
O preconceito de gênero, alimentado por uma cultura machista já não cabe mais nesses novos ares de um Brasil em pleno desenvolvimento, para seu reconhecimento e fortalecimento perante outros povos e outras nações e outras culturas.

Essa luta silenciosa das mulheres é tão fortemente sentida pelas mulheres maçons, que desde o século XVI vem lutando por serem reconhecidas e regulares.
Na Maçonaria, urge que regras medievais sejam definitivamente abolidas pois que numa sociedade justa já não cabe aceitar a exclusão das mulheres nos trabalhos de construção e desenvolvimento da humanidade, ou que seja considerada incapaz de trabalhar em seu próprio crescimento moral e intelectual e espiritual.
O tempo muda, a sociedade é dinâmica, outros valores são assimilados. Não se pode considerar como um Land Mark (imutável) uma regra que proíbe a mulher na Maçonaria, escrita em outro contexto político e social, quando os papéis de homens e mulheres eram marcados por lugares determinados e crenças centrais coletivas de que a mulher era um peso sobre os ombros de um pater familias.

Se a Maçonaria é uma sociedade, na qual Homens (leia-se em seu sentido lato – homens e mulheres) livres e de bons costumes,cultuam a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade. Seus princípios são a Tolerância, a Filantropia e a Justiça e que tem como um de seus deveres, observar as leis vigentes do país, não cabe falar no não reconhecimento e na regularidade das Lojas femininas ou mistas.
Igualdade, tolerância e observância às leis do País implica o respeito aos valores contidos na nossa Carta Magna que nos determina a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, e nos garante, no caput do seu Art. 5º como direito fundamental que “ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...” , ressaltando ainda no inciso I do mesmo artigo que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”
Se a despeito da Constituição Federal, o homem ainda fala no não reconhecimento da mulher Maçon por conta do disposto na Constituição de Anderson, a Maçonaria dita masculina, descumpre um dos mais importantes Land Marks: descumpre a Lei do próprio país.
Tudo o que separa é triste, tudo o que discrimina é ignorância e, no atual contexto jurídico brasileiro é ilegal.

Chegará o dia em que não haverá mais a separação ou classificação por gênero ou por opção e sim pela condição de humanidade.
Com a eleição de Dilma Rousseff para a presidência da República um novo olhar será lançado sobre a condição da mulher e homens e mulheres serão verdadeiramente iguais não somente na lei, mas na consciência de todos assim como o são perante Deus.