terça-feira, 1 de janeiro de 2013


Tem gente que me ama,
Tem gente que me gosta,
Tem gente que tolera,
Tem gente que não me suporta
A todos que me amam, toleram, suportam: um beijo no pé.
Àqueles que me detestam segue uma cantiga feita pelo meu velho pai:
"Quem tiver raiva de mim, 
E não puder se vingar,
Bote a corda no pescoço 
E me dê pra eu puxar"... 


O tempo passa, e a medida que passa, corre mais rápido, e de repente, lá se vai o frescor da juventude na pele, no corpo, e nos restam o coração, a memória, o aprendizado para contar a história da nossa vida sem mágoa, sem rancor, sem culpa.
Já gostei muito de fotos, afinal era uma linda morena brejeira. Hoje sou uma senhora, cheia de histórias e vivências. Não gosto de fotos mas percebo que uma foto que odeio hoje, daqui a 5 anos olharei e direi, como eu era bonita e achava que era feia. Meu espírito não é jovem nem é velho, meu cérebro é dotado de plasticidade e é capaz de aprender sem deletar lições passadas. Eu sou assim. 
Eu Sou AJAN, Sou a luz dourada no meu plexo solar. 
Sou  a expansão do meu chacra do Anjo.
EU SOU Lucy, 
EU SOU  Gato de Água.
EU SOU Uxelia da Hiperbórea. 
EU SOU Serpente Cósmica Vermelha. 
EU SOU a centelha divina em meu coração.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

FML


Minha família não gosta de mim, por algum motivo, me evitam. Deve ser porque digo o que penso mesmo quando eles gostariam de ouvir outra coisa. Embora eu tenha minhas opiniões formadas sobre muitas coisas que acontecem, não me meto na vida de ninguém, cada sabe com deve fazer para melhor conduzir a sua própria vida. se uns gostam de sofrer, que sofram, se outros vivem para o prazer, que vivam. Se alguém faz ou deixa de fazer algo que eu penso que deveria ter sido feito ou não feito, não me meto, não tenho nada a ver com a esfera íntima de cada um , pois cada um sabe a dor a delícia de ser o que é.


Quando eu era mais jovem e criava meu filho, ao meu jeito, o jeito que eu sabia e podia, todo mundo tinha uma crítica: Lucy é muito rigorosa ou Lucy é muito permissiva com esse menino. Esse menino se criado assim vai ser um capeta, um marginal, vai bater na mãe...Quando eu estudava e passava meus apertos, sem trabalho, sem casa, sem dinheiro, ouvi dizer: pra quê tanta luta para estudar,isso não é faculdade, é dificuldade. Você já tem um coração rasgado e remendado duas vezes, pra quê estudar? Você abandona seu filho por causa de trabalho e estudo. Bem, um dia resolvi parar de ouvir e tomei uma atitude: ir pra longe e viver como sempre vivi - sozinha com meus problemas pessoais, econômicos e existenciais. Nem assim, deixei de primar pela família, até que um dia,parei de visitar, parei de procurar. Mas isso não quer dizer que não os goste ou que os renegue, ao contrário, dou a eles a liberdade de serem o que são, longe de mim que sou uma chata, embora eu me ache muito legal, sou chata só comigo e com o filho. Penso que, por viver longe deles, eu tenha uma visão externa dos problemas internos pelos quais passam cada um. Tento ser diplomática, mas acabo sendo mal interpretada com minha diplomacia de rinoceronte. Comigo é tratamento de choque pois foi assim que sempre resolvi meus problemas, dizendo a mim mesma que o problema é meu, existe e tenho que resolvê-lo sozinha, pois a resposta já está em mim. Normalmente é assim: já sabemos a resposta e buscamos a ratificação nos outros e se esse outro(na maioria das vezes sou eu que faço o papel) pensa diferente, é rechaçado, eliminado, mal visto. Bem mas comigo sempre resolve um tratamento de choque. Embate, eu eu o problema tipo assim: vem pra mamãe problema que eu te traço em dois atos. Tenho meu próprio código de ética e valores, familiares, morais, espirituais. Embora tenha tentado desde sempre agir corretamente dentro desse código de ética, errei pra caramba, e, muitas vezes precisei violar alguns princípios com o intuito de sobreviver, de satisfazer necessidades prementes, tais como, morar, viver, comer, estudar, criar o filho e sempre tive o cuidado de não confundir meu princípios com orgulho. Às vezes não queria fazer determinada coisa e fazia na certeza de que estava violando um princípio básico, tempos depois chegava a conclusão de que era somente o orgulho que doía. Mas porque a minha família me evita, será porque não sou falsa e digo o que tenho a dizer se me pedem opinião. A única pessoa da família com acho, e tenho certeza, que tenho o direito de me meter e aconselhar sobre sua vida é Ana Maria. Por quê? Ora porque a criei e eduquei na primeira infância. Porque sempre fui sua mãe e ela é burra pra caralho, só faz merda, só escolhe merda e comete as mesmas merdas várias vezes e o pior de tudo, não aceita críticas mesmo sabendo que é somente para o seu bem. Onde já se viu uma mãe querer algo que não seja para o bem do filho? Raniere já aprendeu e não bate de frente, faz o que quer mas escuta a mãe antes. E se dá merda, escuta, esbraveja, esperneia, mas escuta a valha canção:" Eu falei que isso ia dar merda e deu." Ele escuta porque sabe que depois eu vou tentar limpar aquela merda toda. Mas pensando bem, não tenho nada a ver com suas escolhas, tenho que aceitar, mas isso é difícil quando se vê um filho fazendo merda, é como não se importar se vai se dar mal ou não.
Meu maior desejo é poder ajudar a família e o faço na medida das minhas possibilidades. Entretanto, ainda assim, sou mal interpretada, porque quero ser melhor, porque quero aparecer. Ora eu não quero ser melhor do que ninguém, quero ser melhor que eu mesma, quero fazer a minha parte, por mim, e não pelos outros, não pelo que vão pensar. Na maioria das vezes sinto-me como uma cria rejeitada. Sei que se preocupam comigo, com minha saúde, mas ninguém me participa nada, eu não sei de nada. Na verdade, eu não quero mesmo saber porque se souber vou soltar as minhas pérolas e acho que é disso que não gostam.Sinto que gostam de mim, mas não como parte integrante, mas como um agregado distante. Talvez a estrutura da família é que esteja errada, os laços não foram bem apertados, os vínculos não sejam tão sólidos. Talvez a concepção de amor fraterno e familiar é que estejam concebidos de forma errada. Amar é cuidar. Caridade se começa em casa. É isso o que penso, é isso o que procuro fazer. Mas basta se precisar de alguma coisa, que pronto! Ninguém pode nada. Ora ajudar podendo é fácil, ajudar quando sobra é fácil. Não nego que vejo em Sueli um traço forte de ajuda mesmo quando não pode. Ela , nesse ponto é foda, sempre foi e é melhor que eu nesse aspecto. Tira do seu pra dar para a mainha, ou para um irmão. Mas é completamente pirada, beirando a insanidade, de um radicalismo incompreensível para uma pessoa tão inteligente, quase genial. Penso que falta nela a flexibilidade que é característica da sanidade psíquica. Mas existe uma grande diferença entre o meu pensar e a ralidade. Minha leitura do ser Sueli, pode estar errada e acredito que ela tem certeza que estou errada. Pois bem assim são os seres humanos: diferentes em constituição e psique. A Itinha, acostuma-se às adversidades, é uma pessoa sempre precavida e perde oportunidades de ser generosa - não falo em dinheiro, falo em apoio moral, sentimentos mesmo, amor- porque está sempre na defensiva. Defendendo-se dos tempos ruins. É uma pessimista nata. Só uma pessoa a ama incondicionalmente e defende-a de tudo e todos. Essa pessoa não é sua filha, é o meu filho. Talvez porque ela dê a ele a segurança e confiança que eu não tenho. Faça, não faça, siga, pare. Enquanto comigo é, você sabe o que é melhor pra sua vida, eu acho que vai ser assim ou assado, mas você escolhe. Se der merda estarei aqui para a velha canção e para a ajuda certa. Escolha você porque a vida é sua. Com a  Itinha não é assim. è simplesmente, não faça essa merda que vai dar errado. Não faça isso senão eu te pego.
Cada um tem o seu lado bom, muita coisa boa que eu aprendo com as duas mais velhas. Sueli a generosidade, a simplicidade, com a Itinha a previdência, o cuidado com o futuro, com a Aninha não aprendo porra nenhuma porque minha vida é preocupar-me. Na verdade, aprendo sim. Aprendo a não ser antipática, azeda. Muito embora ela tenha demonstrado umas coisas muito interessantes no tempo em que ficou comigo na faculdade. É uma boa menina que a vida faz azeda por falta de dinheiro. O que não justifica é claro! Levi? Não sei, não conheço tanto assim, mas sei que gosto dele apesar das mancadas, ele me lembra a Itinha. O Abraão, queria sinceramente poder indenizá-lo por todo o mal que a família causou a ele. Pela negligência, pelas críticas dolorosas. Tem coisas que ele faz ou fez que abomino, mas eu não sou Deus para julgá-lo. de uma coisa tenho certeza, é o que mais se parece comigo. Quem diria: O Abraão. Ele mesmo. Só não tem a força que eu tenho, só não soube direcionar suas ações porque nele também vejo o Painho, vira-latas, bom vivant, malandro e irrefletido. Mas nisso ele também se parece comigo, hoje um pouco menos porque já reflito mais sobre minhas ações, chegando a ser calculista e fria em minhas decisões. Na verdade, minha família é o que é. Sua constituição, cada um em seu devido lugar, somente eu que ão aceitei estereótipos e rótulos de ser a isso ou a aquilo. E se eles não gostam de mim, se sou uma gatinha remelenta FODAM-SE eles pois assim terei uma família que se fode junto E família que se fode unida, permanece fodida, e eu no meio. Melhor, do lado de fora da caixinha dos gatos.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE


"Quase metade dos brasileiros (47,5%) concorda que os tribunais aceitem provas obtidas mediante tortura policial, segundo pesquisa realizada em 2010 e divulgada ontem pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP. (...) Para a maioria dos entrevistados, a polícia deve interrogar sem violência. Mas "bater", "dar choques" ou "queimar com ponta de cigarro" seriam métodos válidos em algumas situações, no caso de estupro, por exemplo (43,2% de aprovação). "-São números que me deixam muito inquieta. Nossa democracia tem quase 30 anos, e essas práticas não deveriam ter defesa " - diz Nancy Cardia, coordenadora da pesquisa.


Li esta notícia hoje e fiquei angustiada. Esta pesquisa vem ao encontro das minhas preocupações sempre que me pergunto para onde caminha a humanidade.
Celso Campilongo em "Direito na Sociedade Complexa" citando as dificuldades encontradas para a implementação da Constituição de 1988,  apresenta alguns bons motivos para esta dificuldade. Motivos estes que, mutatis mutandis, continuam bem atuais:
Crise do Sistema político, pela incapacidade dos partidos de representatividade bem como, pela perversão da proporcionalidade da representação no Congresso Nacional; (eu acrescentaria a esta lista a corrupção, a omissão legislativa, o corporativismo partidarista, os mensalões, os ‘cachoeiras”, os bandidos no poder, a máfia infiltrada nos cargos públicos e nos cargos eletivos)...
Crise do Sistema econômico por sua incapacidade de implementar políticas públicas gerando um padrão de juridicidade marcado por inconstitucionalidades rotineiras – tanto no plano da produção legislativa quanto na esfera da Administração Pública
Crise no sistema social que passa por um processo de desintegração muito acentuado. Aumento da pauperização da sociedade brasileira, a proletarização da classe média...(eu acrescentaria aqui a quase total inversão de valores da sociedade), a falta de acesso,beirando a inexistência,aos serviços públicos de saúde e educação, a política ‘lulista’ do assistencialismo que  acostumou o povo a esperar tudo do governo e lhe reitirou a ‘força de combate” de reivindicação...
Crise no sistema cultural – descrédito nas instituições e absoluta descrença na possibilidade de mudanças a curto prazo geram um fértil contexto para a proliferação da justiça pelas próprias mãos – do qual o linchamento e os grupos de extermínio são expressiva e trágica manifestação. ( aqui eu incluiria na atualidade, as milícias, que, inicialmente, surgiram aceitas pela população como garantia da proteção e segurança que o Estado não prestava).
Num trecho onde ele cita Luciano Oliveira em uma palestra no II Congresso Internacional de Direito Alternativo. E dá como motivos o seguinte: " como a pobreza brasileira - antes associada, de modo romântico, ao samba, ao carnaval e à criatividade anárquica diante das dificuldades - vem sendo vinculada atualmente, à violência, ao narcotráfico e à ignorância. Mesmo entre jornalistas, compositores e intelectuais tidos como "progressistas", o recrudescimento da miséria - a "neopobreza"- gerou reações preconceituosas. A intolerância é muito maior entre a classe média, que não raras vezes, aplaude execuções sumárias e violações aos direitos humanos, como no caso dos 11 presos assassinados pela polícia durante a rebelião do Carandiru (aqui eu citaria a Chacina da Candelária).
Vale a pena ler e trazer para a atualidade que tudo explica a desintegração, o retrocesso, a involução humana, ou seja, o ser humano voltando ao estado de barbárie.

domingo, 6 de maio de 2012

MENINOS SOBEM EM ÁRVORES


Meu filho é um HOMEM.
O menino que um dia, seus cabelos me lembraram um trigal.
Um menino que cresceu com responsabilidades de homem e desde cedo aprendeu que teria que PROVAR. Provar da vida, dos amores, dos prazeres; provar que ERA, que PODIA. 
Assisti de longe, como se ele fosse ainda um menino de três anos aprendendo a subir na árvore. O coração apertado mas a certeza que devia deixá-lo tentar e, na tentativa, quem sabe cair, mas se caísse, a certeza da lição aprendida. apesar da dor. Aprender a subir em árvores. De longe, meu olhar de mãe acompanhou a escalada do menino anjo, o menino homem, destemido, que podia tudo. Acompanhava com as mãos dispostas a aparar a queda, enxugar-lhe os olhos, limpar o joelho e dizer-lhe que na próxima ele vai conseguir.Ou tentar, por meu medo, fazê-lo desistir para depois afinal entender que MENINOS SOBEM EM ÁRVORES.

Meu menino cresceu e, as dores, perdas,  lutos que a vida lhe trouxe, o deixou cético, desconfiado, descrente e enfadado. O mesmo enfado que me toma nos dias em que sinto que não estou vivendo de verdade, porque para mim, viver é antes de tudo SENTIR e sentir com profundidade, com todos os gozos e dores que este sentir nos proporciona.
Meu menino está no limiar do amargor da maturidade e a esperança de algo NOVO aconteça para que seu coração volte a pulsar com rapidez, seu espírito possa exultar. 
A história se repete. Fiquei mais velha que minha mãe, antes dela mesma envelhecer e, agora, meu filho amadurece, quatro anos antes de mim.O cansaço do mundo,das pessoas, das futilidades vãs, dos amores vãos, do amigos itinerantes.

Mas DE REPENTE, não mais que de repente. ALGO acontece.O AMOR vem novamente e ele novamente vai ver brilho no olhar de olhos nos olhos.


E isso é o que motiva. FAZER. fazer acontecer, deixar acontecer, sem perder o controle da emoções. Trabalhar em um novo projeto, fazer um novo curso, tentar uma nova arte, sem jamais desistir de ser quem se É.Sem abrir mão dos valores e do que se pensa certo apenas para agradar ou para ser aceito. ISSO É QUE VALE:  SER QUEM SE É.E por isso, talvez, pagar um preço alto. Mas, por experiência própria digo, qualquer preço, por mais alto que seja, será um preço JUSTO, para ser quem se É. sem que se  abra mão de si  mesmo, da  essência luminosa.
Meu menino cresceu. E continuo assistindo-o como a um filme cult daqueles que reviram nosso cérebro e nossa alma e noz fazem repensar valores.
Minhas mãos? Ah, estas estarão sempre pronta para a aparar a queda, limpar os arranhões e ajudar a subir novamente até que se aprenda a Subir em Árvores.
Meu menino cresceu e aprendeu que cada árvore precisa de uma técnica diferente.
E aprendeu quem nem a todas as árvores, vale a pena subir.
Sorveu a taça que a vida oferece à juventude. Provou e, no momento certo, ACORDOU. A Vida não é uma taça a ser bebida em goladas, é sim, uma medida  a ser PREENCHIDA, com amigos sinceros, sentimentos leais, constância mesmo sabendo que tudo é imponderável.

E o melhor de ver meu filho crescer, tirando o aperto no peito todas as vezes,que saía por aí em festas e noitadas, é saber que meu filho me herdou de herança. O ser quem eu SOU é o meu legado a você. ESCREVA. Escreva e escreva e você hoje encontrou mais um caminho da arte. Escrever é um dom.

Você é a razão de eu ainda estar por aqui. Você me salvou dos dragões. me libertou da torre, me conduziu pelo mais extenso e profundo deserto.

Eu te amo rapaz, e embora você saiba o tanto que eu te amo, talvez não tenha a exata medida do quanto eu o amo. Por tudo que você representou, por tudo o que você me ensinou e tem me ensinado, por ser o filho exatamente como pedi a Deus.Um homem que É. E que sabe se por, sem se impor a qualquer custo. Um homem que pensa e, acima de tudo um homem que SENTE.
Parabéns meu filho, mas não fique muito sozinho, não fique desgostoso da vida e das pessoas. Pois o mais interessante na vida, são as pessoas, as relações que travamos com as pessoa. Elas nos ensinam muito: como ser e como não-ser. 
Use sua sensibilidade, para CRIAR, para um trabalho em prol da vida que te recebeu, que te conserva, que te alimenta e que te mantém VIVO. 
Escreva coisas legais, assim como esta e ajude outras pessoas com suas palavras, suas vivências e experiências. Vou 'viajar" um pouco e dizer-lhe. Faça PSICOLOGIA.
Parabéns e obrigada por esse presente antecipado pelo dia das Mães, embora tua mensagem tenha me deixado um tanto apreensiva. Mas EU SEI, que TUDO VAI DAR CERTO porque você TEM SORTE PRA DEDÉU.
Deus te abeçõe, my son, my sun.My all.Reason of my life.

sábado, 5 de maio de 2012

TUDO MUDA NESSE MUNDO QUE EU MUDE E NÃO EXTRANHE


Tudo muda

Muda o superficial
Muda também o profundo
Muda o modo de pensar
Muda tudo neste mundo

Muda o clima com os anos
Muda o pastor e seu rebanho
E assim como tudo muda
Que eu mude não é estranho

Muda o mais fino brilhante
De mão em mão seu brilho
Muda o ninho o passaro
Muda a sensação de um amante

Muda o rumo do andarilho
Ainda que isto lhe cause dano
E assim como tudo muda
Que eu mude não é estranho

Muda tudo muda
Muda tudo muda
Muda tudo muda
Muda tudo muda

Muda o sol em sua corrida
Quando a noite o substitui
Muda a planta e se veste
De verde na primavera

Muda a pelagem a fera
Muda o cabelo o ancião
E assim como tudo muda
Que eu mude não é estranho

Mas não muda meu amor
Por mais longe que eu me encontre
Nem a recordação nem a dor
De meu povo e de minha gente

O que mudou ontem
Terá que mudar amanhã
Assim como eu mudo
Nesta terra tão longinqua

Muda tudo muda
Muda tudo muda
Muda tudo muda
Muda tudo muda

Mas não muda meu amor.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

GRACIAS A LA VIDA QUE ME HA DADO TANTO


Graças à Vida
Graças à vida que me deu tanto
Me deu dois olhos que quando os abro
Distinguo perfeitamente o preto do branco
E no alto céu seu fundo estrelado
E nas multidões o homem que eu amo

Graças à vida que me deu tanto
Me deu o ouvido que em todo seu comprimento
Grava noite e dia grilos e canários
Martírios, turbinas, latidos, aguaceiros
E a voz tão terna de meu bem amado

Graças à vida que me deu tanto
Me deu o som e o abecedário
Com ele, as palavras que penso e declaro
Mãe, amigo, irmão
E luz iluminando a rota da alma do que estou amando

Graças à vida que me deu tanto
Me deu a marcha de meus pés cansados
Com eles andei cidades e charcos
Praias e desertos, montanhas e planícies
E a casa sua, sua rua e seu pátio

Graças à vida que me deu tanto
Me deu o coração que agita seu marco
Quando olho o fruto do cérebro humano
Quando olho o bom tão longe do mal
Quando olho o fundo de seus olhos claros

Graças à vida que me deu tanto
Me deu o riso e me deu o pranto
Assim eu distinguo fortuna de quebranto
Os dois materiais que formam meu canto
E o canto de vocês que é o mesmo canto
E o canto de todos que é meu próprio canto