Todo mundo que conheço quer ir à Lapa, convida para um bar... da Lapa, comemora o aniversário..na Lapa., encontra amigos prum chopp..na Lapa.
Meu marido convenceu-me a ir à Lapa comemorar o aniversário de um dos nossos amigos.
Bem, nunca gostei daquele lugar, nem quando morava lá , depois que virou "point' de encontro e diversão, menos ainda. Mas sempre penso que temos que procurar rever nossos conceitos. Embora considere que a Lapa é uma bosta de lugar, fui porque afinal seríamos só nós o amigo e seu filho, era feriado do dia do trabalho e dia da feira de antiguidades. Pensei: vou gostar, se não gostar de nada, ao menos tem a feira.
Fomos ao Bar Brasil.
Na real? Uma merda! Serviço ruim, comida ruim e cara, gente esbarrando na nossa cadeira, barulho infernal, decoração horrível, banheiro único nomeio do salão. Lembro-me que quando morei lá aquilo, se não me falha a memória, era uma borracharia, mas já foi um hotelzinho de hospedagem para solteiros.
Na feira, coisas interessantes, gente metida a entendida em arte e antiguidades e algumas até entendidas mesmo, mas a mioria falando bobagens com ares de intelectual Entrei numa loja, gostei de algumas coisas imitando antigas e de outras coisas antigas imitando novas...Tudo muiiiiiiiiiiiito caro e mesas e mais mesas e barracas de quinquilharias espalhadas pelas calçadas atravancando a passagem. Há alguns anos, aquela feira era maravilhosa...
Num determinado momento, música ao vivo no meio da feira no último volume. Não se consegue escutar quem está ao lado, não se entende porra nenhuma da porra da música. Tem que ficar muito bêbado ou doidão pra gostar. Como não sou nem uma coisa nem outra foi dureza esperar o fim da (sic) diversão..
Tudo bem, é só por um dia como gentileza ao amigo, dá pra agüentar. Estava tudo indo quando de repente, em determinada hora (sei lá, tipo 20h), o bar fecha sem cerimônia. FECHADO.
Ok, os rapazes queriam beber mais (por que homem quer beber tudo? ou muito? ou quer beber tudo e muito?).
Fomos para a calçada do bar ao lado-O Barbieri.- pegamos uma mesa na calçada. Chopp muito bom (Bar Brasil não tem chopp mas tem cerveja cara e quente), o garçon, o Freitas, um nordestino, parecendo o Batoré, atencioso nos atendeu como se fôssemos os únicos lá. O serviço na rua é melhor que no Bar Brasil, mais refrigerado (ar da rua), o graçon não deixa juntar louça na mesa, menos gente esbarrando, mais liberdade e tal, entretanto,sempre aparece um pidão, sujo, mulambento, fedorento , descabelado, drogado ou bêbado que dribla a segurança e pára em frente a nós, fica olhando pra comida, pra bebida, pro cigarro e pede. Dá pena de ver a degradação humana e as outras pessoas passando como se aquelas outras pessoas fossem invisíveis. Uns querem nos fazer um desenho(desenhos que nem de longe parecem contigo), outros querem nos vender todo o tipo de quinquilharia inútil e tem também, essas, as que mais me dói em ver, crianças de 5,6,7 anos pedindo moedinhas ou querendo engraxar nossas sandálias, vender balas...; gente bêbada ou drogada passando pra cima e pra baixo sem rumo, grupos de adolescentes aos gritos, taxistas se degladiando e gente, realmente de todas as tribos, pessoas bisonhas e bizarras, mulheres vestidas umas como se fossem a festa do Oscar, outras como se viessem de uma noite de trabalho na Av. Atlântica, outras ainda de góticas, patricinhas, hippyes, gente de tudo quanto é jeito. Casais tão contrastantes que só acreditando que assim nas pilhas nos relacionamentos os opostos se atraem.
O barulho é infernal, nos chega de todos os cantos, do bares , das casas que oferecem show ao vivo(uma ao lado da outra), velhos sobrados que nem sei como suportam de pé o impacto do som alto das músicas e dos instrumentos., buzinas, gritos das pessoas nas ruas, conversas altas abafadas pelo som.
Pelamordedeus! Que diversão é essa!?
Finalmente a noite acabou fui pra casa prometendo que nunca mais iria ali.
Mas, nem tudo é como a gente programa e vários dias depois uma amiga resolveu comemorar seu aniversário na Lapa. E por mais que eu tentasse declinar não teve desculpa que desse jeito, ela primeiro convenceu meu marido e o mesmo amigo do dia do trabalho afinal, ela havia reservado o mezanino de uma casa de show – Sacrilégio. Pensei, Ah, não vai ser tão ruim.
Pra quê que eu fui pra lá meu Deus! Pior, muito pior que na rua, pior que no Bar Brasil.
Som ao vivo, banda com bateria, piston, bumbo, cantor, beck vocal e o escambal num som super maisquesuper alto. Estranhei ao chegar porque vi, em cima da mesa dois bolinhos pequenos de papel que o garçon esquecera de tirar quando limpou a mesa, só depois fui saber pra que serviam, alguém também não aguentara o barulho infernal. INSUPORTÁVEL.
Saí antes, muito antes do parabéns, aliás, saímos, meu marido e o amigo vieram, muito embora eu tenha insistido para que ficassem pois estavam gostando. Só então nosso amigo nos disse que também enfiara um bolinho de guardanapo de papel no ouvido.
Um lugar abafado, sem chopp, comida ruim, poção pequena e muito cara e muito, muito , muito barulho.
O salãozinho embaixo do mezanino estava SUPER lotado sem espaço pra dançar nem pra andar. As pessoas ficam lá em pé ouvindo a banda em cima delas. Se isso é diversão e lazer, quero voltar pro trabalho.
Demos uma desculpa e saímos antes do bolo e fomos parar na calçada do Barbieri, mas minha cabeça não agüentava mais, entretanto para não ser estraga prazer, fiquei com os rapazes, era melhor aturar os malucos do pedaço do lado de fora, os pidões, os taxistas, as figuras exóticas e bizarras do que ficar presa num local sem ventilação, ar condicionado meia boca e etc. Aquilo ali deveria ser cumprimento de sentença. Deixar o cara lá por dias a fio, em uma semana estaria surdo e tão maluco, abobado ao ponto que não ia ter miolos pra pensar em crimes.
Finalmente a noitada chegou ao fim lá pelas 2j30 da manhã. pegamos um táxi e cheguei à casa. Fui dormir depois de um banho e um incenso de chama violeta para transmutar toda a energia ruim que veio impregnada em nós.
Digo com certeza, Lapa NUNCA MAIS.
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