sábado, 22 de maio de 2010

MINHA INICIAÇÃO

A Iniciação se deu por uma cerimônia bastante significativa, envolta em simbolismos e significados que iam redesenhando em minha mente a via de evolução que teria que seguir.
Embora não fazendo a menor idéia do que se passaria durante a sua realização, vivenciei-a, com confiança, ainda que, em alguns momentos, me sentisse apreensiva pela tamanha responsabilidade dos meus votos, “estarei eu a altura do trabalho que me está sendo confiado, serei eu digna de tal honraria”?
Senti-me como os personagens de O Mágico de Oz percorrendo a estrada do Arco Íris, que se inicia com um objetivo pessoal mas que, ao final, todos os objetivos tornam-se um objetivo maior ,mais crescido e acrescido de tesouros muito maiores do que o seu objetivo pessoal do início. E foi assim que me senti ao final da Iniciação: maior, mais rica.
Comecei minha Iniciação como o Espantalho buscando um cérebro, eu de meu lado buscando o Conhecimento Antigo e atemporal da Ordem Maçônica. Vendada, alheia ao que se descortinava aos olhos físicos, buscando a Luz do Conhecimento.
Após os primeiros testes e provas, senti-me como O leão, buscando a coragem que me faria vencer os obstáculos conectando-me a minha própria natureza de coragem e nobreza; um coração que me dê a coragem necessária para permanecer fiel e leal, para enfrentar as dificuldades diárias e minhas próprias limitações, passar corajosamente pelas provas que ainda viriam naquele dia, e que porventura possam advir da minha responsabilidade como Irmã das minhas Irmãs. Eu, cega de conhecimento (vendada), nas trevas da ignorância, tive a certeza que, em meu caminhar, encontrarei apoio e andarei com a certeza que terei várias mãos ao meu alcance, para apoiar-me e manter-me, e, se necessário, reconduzir ao Caminho.
Um turbilhão de pensamentos e emoções invadiram meu ser, dei-me conta de que para realizar o trabalho a mim destinado, terei que ter um coração digno capaz de amar a Deus e a todos os seres e,tal como o Homem de Lata que buscava um coração que o tornasse capaz de amar, eu terei que manter constante conexão com meu próprio coração, cultivando nele o amor incondicional, Ágape.
Durante toda a cerimônia, Luzes se misturavam e, mesmo vendada, eu podia senti-las cada vez que uma irmã me conduzia a um ou outro ato do ritual. E, após a retirada da venda pude ver que a aura das minhas Irmãs se elevava, cada uma em sua função, em seu ponto cardeal; Luzes que durante toda a cerimônia eram permeadas por uma Luz Rosa, que só pude entender ao final, ser a Luz da Mestra Nada.
Sei que em alguns momentos, tal qual o próprio Mágico de Oz, que se fazia parecer forte e poderoso para não ser morto pelas bruxas, eu, na via Maçônica, terei, em alguns momentos, que parecer forte e poderosa, mais do que realmente sou, a fim de proteger os meus votos para com a Ordem, com as minhas Irmãs, bem como para com o meu ideal de liberdade, igualdade e fraternidade, sem, no entanto, e jamais olvidar, de que sou apenas uma pessoa comum, uma criança, como Dorothy, buscando o caminho que me leve de volta à casa.
Tenho certeza que, assim como na minha Iniciação, passarei por provas, mas certeza maior eu tenho de que nunca estarei sozinha, que sempre estarei amparada por minhas Irmãs, protegida pela egrégora da Cadeia de União, que irradia, com a união dos seus espíritos as luzes dourada e violeta da coragem e da espiritualidade.

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