Depois de muito relutar, finalmente decidi fazer terapia, acompanhamento psicológico ou seja lá o que for. Desde que ingeressei no curso de Psicologia fui informada que teria que fazer terapia pois, conhecendo-me teria mais chance de conhecer o outro. Não poderia me dispor curar alguém se não curava a mim mesma. Passados 4 períodos do curso, finalmente percebi durante algumas aulas de orientação vocacional do quanto precisamos nos conhecer.É difícil se por à parte do objeto de pesquisa quanso, eu mesma sou o objeto da pesquisa. Encarar algumas coisas, reconhecê-las em nós mesmos...Não é tarefa fácil.
Há mais ou menos dois meses procurei uma terapia e, claro, tem que ser perto de casa para eu poder encaixar nos meus horários de estudo e trabalho, o que não é tarefa fácil. Assim, não me restava escolher a aborfagem ou a Escola. Tanto faz, desde que seja próximo. E cá estou eu no Instituto de Fenomenológia com a Anita. Uma Psicóloga jovem, bonita, séria com ares demenina por tras da cara profissional.
Pensei que não ia dar em nada, mas me vejo agora, esperando o dia para a sessão. Algumas coisas foram fáceis de falar. COisas que eumesma venho trabalhando em mim. MAs desde as duas últimas consultas, algo tem me incomodado. Não sei dizer o que. Como se algo muito escondido fosse aparecer de repente.
Anita entendeu que eu tenho espírito altruísta e gosto de ajudar pessoas, de fazer aspessoas se sentirem bem, mas o que a preocupa é o fato de eu não demonstrar qualquer interesse pelo reconhecimento do que faço. Pediu-me para pensar nisso porque eu mereço esse reconhecimento e o fato de não aceitá-lo é quase uma grosseria.
Bem, creio que não dispenso o reconhecimento, apenas não o espero nem procuro. Não faço as pessoas ficarem lembrando que as ajudei.
Preciso lembrar de algo que me dê a direção para encontrar o motivo disso.
Posso ter passado por situações em que precisei de ajuda e quem me ajudou me lançou em rosto ou esperou reconhecimnento e, de alguma forma eu tenho me sentido mal com isso.
Refletir sobre o motivo de eu não esperar nem querer reconhecimento do que faço (faço?) pelas pessoas e o faço. Não é que eu não o queira, ou não o aceite, reconhecimento é sempre bem-vindo, simplesmente não espero. O que tenho que fazer, faço.
Fazer algo por alguém esperando gratidão ou reconhecimento não é nem um pouco altruísta.
Deveria ser certo não esperar reconhecimento, esta deveria ser a disposição de espírito de quem se propõe ajudar alguém. Penso que, se não for assim, não é auxilio, é vaidade.
Será porque li tanto e me identifiquei com as doutrinas Busdistae Critã?
Entendo o ponto que ANita quer que eu mesma encontre.
Porque me sinto assim em relação ao que faço pelas pessoas.
Talvez seja porque quero deixar uma marca positiva no mundo.
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